por Patrick Sweeney*
Vou levá-lo de volta a 14 de outubro de 1947.
Quando o capitão “Chuck” Yeager, um piloto de testes da Força Aérea, estava prestes a entrar na cabine e tentar a sua chance de quebrar a barreira do som.
Vários pilotos já haviam tentado voar mais rápido do que a velocidade do som.
Vários não conseguiram voltar vivos.
A maioria voltava quando seus aviões tremiam incontrolavelmente – sentindo-se como se estivessem prestes a ser despedaçado.
Pilotos compartilhavam um mito sobre um demônio que desintegraria qualquer coisa que se aproximasse da velocidade do som.
Na época, acreditava-se que um avião nunca poderia ir mais rápido do que a velocidade do som, pois as ondas de choque seriam demais para continuar voando.
Voar mais rápido do que a velocidade do som parecia ser um desafio impossível.
“Nada disso fazia diferença para mim”, Chuck Yeager disse mais tarde, mastigando um chiclete, como ele sempre fazia. “Eu era um piloto de testes. E nós estávamos testando.”
Para ele, era tudo uma questão de foco. Manter-se focado, atento, verificar os seus instrumentos e estar pronto para o desconhecido.
Qual foi a sensação, quando ele se aproximou da velocidade do som e o avião começou a tremer incontrolavelmente? “Você não sente nada”, disse ele. “Você está muito ocupado. Você está checando sua lista, verificando todos os seus indicadores, testando a eficácia do estabilizador.”
Em seguida, o Mach-meter (Medidor de velocidade para velocidades supersônicas) momentaneamente parou.
E seu avião começa a descer.
Os medidores do avião estavam confusos. Eles não lhe diziam o que fazer a seguir.
Ele tinha que confiar em seu sistema de navegação interno.
Caso contrário, isso teria sido tudo.
Em vez disso, ele ignorou o que seus calibres indicavam e levou o avião para cima.
Em seguida, o Mach-meter saltou para 1,06.
Ele havia conseguido. Ele havia quebrado a barreira do som.
“Quando chegamos acima da velocidade do som,” ele disse, “não havia mais ondas de choque.”
E o passeio suavizou.
Como recordou mais tarde: “Era tão macio como um bumbum de bebê.”
Ironicamente, ele não podia ouvir o estrondo sônico no cockpit – porque no momento em que isso aconteceu, ele estava apenas um pouco acima da velocidade do som.
Somente aqueles que estavam no chão ouviram.
Mas ele, e todo mundo lá, sabiam o que tinha acontecido.
Eles sabiam o que ele havia conseguido. Ele acelerou ao Mach 1,06, a mais de 1.200 quilômetros por hora.
Naquela noite Yeager preparou uma jarra de martinis para comemorar com sua esposa. E ele uivou para a lua.
“Eu havia voado em uma velocidade supersônica por 18 segundos.
Não havia golpe, nenhum sobressalto, nenhum choque. Acima de tudo, nenhum tijolo na parede para quebrar.
E eu estava vivo.”
E com esse sentimento subjacente de frescor final, nós nos despedimos dos Irmãos Wright e entramos na era em que os astronautas poderiam voar para a lua.
Limitações foram superadas.
Novas possibilidades eram abundantes.
O que podemos aprender com a experiência de Chuck Yeager?
Qual é a sua barreira do som pessoal?
Seu objetivo?
Seu desafio final?
Seu sonho?
Qual é a única coisa, aquela coisa, que está fora de seu alcance?
O que acontece com você quando você chega perto de sua barreira do som pessoal?
Quando o seu avião começa a tremer?
Você consegue ficar focado no que você tem que fazer?
Quando estamos no limite da nossa zona de conforto, coisas incríveis podem acontecer.
Se estamos abertos a essa possibilidade.
http://youtu.be/PxMctFJehfg
Como foi para Chuck Yeager quebrar a barreira do som?
Ele não pode nos dizer.
Porque no momento estava lá e foi.
E ele nem sequer ouviu o estrondo sônico quando ele quebrou a barreira do som.
Porque ele estava indo mais rápido do que o som.
Você está à frente da barreira do som quando você a rompe.
Ainda assim, quando você se aproxima da sua barreira do som pessoal, tudo está tremendo.
E pode parecer que tudo está prestes a desmoronar.
Esse é o momento que você tem que confiar no seu sistema de navegação interno.
Confiar em sua intuição.
A barreira do som não é nada, além das limitações que colocamos em nós mesmos.
Ao invés de focar nas barreiras que nos separam e ficam entre nós, por que não focar nas possibilidades que podem nos conectar – conosco e com os outros?
Esqueça as barreiras.
Concentre-se em possibilidades.
Sobre o que pode ser.
Essa mudança pode abrir novas portas – a uma realidade que existe por causa de você.
* Patrick Sweeney, presidente da Caliper.
Este artigo foi publicado originalmente no blog da Caliper USA. Veja aqui.