Por Alessandra dos Santos Moura
A discussão sobre os desafios do papel do RH e da Gestão de Pessoas como ferramenta estratégica das organizações tem sido tema de reflexões e debates nos últimos anos. Cada vez mais os gestores percebem que os recursos mais importantes de suas organizações são as pessoas. Observa-se um processo de mudança e crescimento nas áreas relacionadas à gestão de recursos humanos, nas quais as pessoas ganham maior importância nas empresas. Hoje, as organizações são reconhecidas pelo conhecimento que geram, pelos processos que apresentam e pelos profissionais que conseguem atrair e reter.
Por outro lado, os profissionais mudaram sua visão em relação às empresas e sua carreira. Estão voltados ao autoconhecimento e ao auto-desenvolvimento, aprimorando aspectos pessoais e profissionais, buscando uma maior interação entre os objetivos organizacionais e individuais.
As empresas estão percebendo a necessidade de estimular o desenvolvimento das pessoas para que estas ajudem a organização a se tornar mais competitiva no mercado.
Nesse contexto, a área de recursos humanos tem demonstrado o valor estratégico das pessoas nas organizações. Uma das ferramentas utilizadas é a “gestão por competências”, que auxilia a gestão de pessoas na responsabilidade de atrair profissionais, manter talentos e desenvolvê-los de acordo com as competências necessárias para atingir os objetivos organizacionais. São essas as responsabilidades que contribuem para manter a posição e a competitividade das organizações no mercado.
O grande desafio de recursos humanos nas organizações é desenvolver projetos que contribuam para a gestão de pessoas, atuando estrategicamente com o foco na competitividade do mercado. Seu papel é elaborar políticas e práticas que identifiquem competências e desenvolvam as que julguem necessárias para a implementação das estratégias de negócio. Deve, ainda, auxiliar no desenvolvimento das competências existentes e nas competências individuais, para que os profissionais possam se aprimorar no trabalho e agregar valor a si e à organização.
O tema “gestão por competências” é um assunto em desenvolvimento e está sendo considerado uma vantagem competitiva para atingir as metas da organização, pois deve estar alinhado às suas estratégias. Por isso, é extremamente importante entender que cada tipo de negócio necessita de profissionais com perfis específicos.
Essa questão faz com que a área de recursos humanos desenvolva uma postura voltada ao planejamento e à atuação estratégica de negócios. E a gestão por competências deve ser trabalhada como um processo contínuo nas organizações, considerando que cada posto de trabalho tem características próprias e deve ser ocupado por profissionais que apresentam um determinado perfil de competências.
Trabalhando o autoconhecimento, com processos de avaliação de potencial e de performance, bem como o mapeamento das competências dos profissionais, a área de gestão de pessoas e os gestores de uma organização conseguem entender os gaps das competências na equipe e identificar, tanto os talentos e pontos fortes de uma organização, como também as necessidades de treinamento e desenvolvimento, sejam as individuais ou da equipe.
Realizando esse diagnóstico e acompanhando o desempenho dos profissionais, as organizações conseguem prever e identificar as competências que precisam para atuar no mercado de maneira cada vez mais estratégica.
Com a competitividade mercadológica e frente aos desafios trazidos pela globalização, a gestão por competências se torna um instrumento imprescindível para produzir benefícios aos negócios.
É de suma importância que as empresas entendam a necessidade de valorizar cada vez mais o capital humano, provendo ferramentas para o desenvolvimento de suas competências. Dessa forma a gestão de pessoas atua como um suporte estratégico para o atendimento das metas individuais e corporativas, procurando um diferencial competitivo no mercado.
O mais importante é que a gestão por competências esteja de acordo com as diretrizes da organização. É importante estar sempre alinhada à estratégia de negócio e, principalmente, obter o apoio dos dirigentes da empresa, para que seja um modelo de gestão de pessoas para atuação da empresa no mercado.
Esse modelo de gestão leva as empresas a repensar o papel das pessoas e o de recursos humanos, colocando-os em uma posição valiosa e estratégica. São as pessoas que geram o diferencial competitivo que toda organização busca em suas estratégias. Acredito que, inclusive, esteja acima dos recursos financeiros e tecnológicos.
* Alessandra dos Santos Moura é Diretora de Desenvolvimento Organizacional da Caliper