Escrito por Ali Shalfrooshan, Chefe de Assessment – P&D Internacional
Levante a mão se você já ouviu ditados como “Na minha época…” ou “Minha geração sabia o valor de…”. Alternativamente, você pode ter se encontrado relembrando nostalgicamente o início de sua carreira, o comportamento heroico que você demonstrou, e as montanhas metafóricas que você escalou. Não importa sua idade ou a qual geração você pertence, parece haver um senso inato de competição sobre qual geração trabalha mais, ou quem teve circunstâncias mais difíceis para superar. E isso não é um fenômeno novo – sempre foi desafiador gerenciar as necessidades de diferentes gerações no local de trabalho.
Com o surgimento da Geração Z no ambiente de trabalho nos últimos anos, o tópico de gerenciar diferenças geracionais no local de trabalho ressurgiu, com mais perguntas sendo levantadas como resultado. As organizações agora precisam equilibrar as necessidades da Geração Z com as da geração silenciosa, baby boomers, Geração X e millennials, o que apresenta alguns desafios para RH, gerentes e líderes.
Esses desafios podem surgir em muitas áreas, mas em um nível prático, a comunicação parece ser uma área problemática comumente identificada quando se trata de gerenciar diferentes gerações no local de trabalho. Mesmo que haja preferências pessoais para a comunicação que não estão relacionadas à geração, duas diferenças comumente citadas são: ‘formalidade’ e ‘método de entrega’.
Comunicando-se com diferentes gerações no local de trabalho
Um artigo recente da Forbes abordou essas diferentes preferências de comunicação por geração para líderes, afirmando “Você não precisa de cinco estilos de gestão separados, mas sim cultivar uma comunicação eficaz. Pergunte aos seus colaboradores sobre o que eles precisam para ter sucesso, o que é importante para eles e quais são suas expectativas.” As gerações mais jovens estão muito mais acostumadas com comunicações informais, pois são mais autênticas, entregues por meio de soluções habilitadas por tecnologia (ou seja, ferramentas de mensagens instantâneas) e chamadas de conferência improvisadas. As gerações mais velhas, por outro lado, podem esperar um estilo de comunicação mais formal como um sinal de respeito e podem advogar por comunicações mais tradicionais (ou seja, conversas presenciais).
A interseção desses estilos de comunicação pode então criar mal-entendidos entre essas diferentes gerações, à medida que as expectativas e normas de comportamento criam tensão que pode ser mais percebida do que real. Você pode se surpreender que muitas vezes as diferenças geracionais na verdade não existem em um nível de personalidade, e de fato há muito mais em comum entre as gerações do que há de diferente.
Gerenciando gerações no local de trabalho como iniciativas DEI
As organizações estão abordando a questão das diferenças geracionais no local de trabalho de maneiras muito diferentes. Algumas escolhem não levar a questão a sério, enquanto outras vão longe demais, exagerando nas diferenças que existem.
As organizações que parecem estar lidando com isso de forma eficaz estão tratando a questão como parte de sua estratégia de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Nesses casos, as organizações reconhecem que as pessoas são diferentes, com as diferenças geracionais sendo um dos elementos que nos tornam únicos. Como resultado, elas estão garantindo acomodar essas diferenças como parte de como trabalhamos e nos entendemos.
Portanto, apesar das abordagens organizacionais variadas, aquelas que reconhecem as diferenças geracionais no local de trabalho simplesmente como outra dimensão em como podemos ser diversos são capazes de abordar melhor a questão, tornando-a parte de suas estratégias de DEI e engajamento dos funcionários. Da mesma forma que incentivamos as organizações a usar origens e opiniões diferentes a seu favor, capitalizar as perspectivas variadas de diferentes gerações proporciona benefícios semelhantes.
Formas de aproveitar as diferenças geracionais positivas no local de trabalho
O mentoring reverso – quando as gerações mais jovens mentoram colegas mais velhos – e o mentoring mais tradicional foram citados como maneiras de melhorar esses déficits na comunicação. Ao facilitar essas interações, as diferentes gerações podem se entender melhor, entender de onde estão vindo e, em última análise, aprender umas com as outras.
Outra maneira de abordar as diferenças de comunicação e de valores é estar aberto a estratégias de múltiplos canais e reconhecer que uma abordagem única não será tão eficaz. Isso significa que como nos comunicamos uns com os outros precisa ser levado em consideração. A verdade é que abraçar as diferenças geracionais só torna as organizações mais fortes, e assim é um bom desafio a ter.
Ajudar membros de diferentes gerações a entender como eles são fundamentalmente semelhantes, como diferem e que geralmente querem as mesmas coisas pode ajudar a melhorar o local de trabalho. Ouvir é o ponto de partida e ajudará a melhorar a comunicação. Portanto, dar a todos as habilidades para serem mais inclusivos pode ajudar a resolver os problemas que surgem. Alguns dos desafios podem ser impulsionados apenas por uma mentalidade de ‘eles’ versus ‘nós’, com as diferentes gerações formando estereótipos uns dos outros e não realmente vendo as perspectivas uns dos outros.
As organizações precisam atender às necessidades das diferenças geracionais no local de trabalho, e assim garantir que você adote uma abordagem baseada em verdadeira compreensão e mente aberta só levará aos melhores resultados para todos.
