Escrito por Amy Lahti, Consultora Sênior, Soluções de Desenvolvimento
Este é um momento desafiador para muitos líderes. Eventos climáticos extremos, incerteza econômica, polarização política e mudanças geracionais na força de trabalho estão criando desafios sem mapas ou instruções de como navegar. Como resultado, a resiliência no ambiente de trabalho está se tornando cada vez mais um requisito para todos os funcionários, especialmente para os líderes.
Isso aumenta a importância de uma organização selecionar os líderes certos. Seja desenvolvendo talentos “da casa” ou trazendo líderes de fora, há várias competências essenciais que nossas pesquisas identificaram como cruciais para a resiliência na liderança e para o sucesso geral.
Por que a resiliência é importante na liderança?
A resiliência é importante para qualquer pessoa, mas quando você está em um cargo de liderança, ela se torna inegociável. Não se trata apenas de cuidar de si mesmo, mas também de levar em conta sua equipe. Por isso, a resiliência na liderança é essencial, pois fornece aos líderes a capacidade de enfrentar desafios, apoiar suas equipes em meio à incerteza e manter o foco nos objetivos de longo prazo.
O que é resiliência na liderança?
A resiliência na liderança envolve criar um ambiente de apoio ao bem-estar dos funcionários, à gestão do estresse e à superação de dificuldades para todos os membros da equipe. É importante observar que demonstrar resiliência na liderança não é uma abordagem única e padronizada. É necessário considerar cada membro da equipe como o indivíduo único que ele é, levando em conta sua situação particular e suas preferências na hora de oferecer suporte.
Assim, a definição de resiliência na liderança está em constante evolução para se adaptar às circunstâncias e às necessidades dos colaboradores.
Como desenvolver resiliência na liderança
Para aprimorar sua resiliência e garantir que esteja pronto para enfrentar os desafios, líderes eficazes devem cultivar três competências essenciais: uma mente ágil, uma presença estável e uma conexão autêntica com as pessoas ao seu redor. Essas qualidades não apenas permitem conduzir organizações em períodos difíceis, mas também sair deles mais fortes.
1. Mente ágil: pensar rápido enquanto olha para frente
Ter uma mente ágil não significa apenas agir rapidamente. Trata-se de abraçar a complexidade, estar aberto a novas informações e adaptar a estratégia conforme as circunstâncias mudam. Em tempos turbulentos, o pensamento rígido e a mentalidade de “sempre foi assim que fizemos” podem ser desastrosos.
Na liderança resiliente, a capacidade de mudar de direção, reformular problemas e experimentar soluções torna-se uma vantagem crítica.
Aspectos-chave de uma mente ágil:
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Amplitude de perspectiva: capacidade de enxergar o panorama geral e distinguir o que é informação útil (ou crítica) do que é apenas “ruído” irrelevante.
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Pensamento estratégico: criar uma visão de futuro acompanhada de um plano viável para alcançá-la.
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Visão de negócios: conhecimento dos fundamentos empresariais e das forças que afetam todos os aspectos da organização — de finanças à gestão de pessoas.
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Agilidade de aprendizado: líderes resilientes estão sempre dispostos a aprender e manter a mente aberta, seja com colaboradores de base, seja com o conselho diretor.
Como desenvolver: práticas como planejamento de cenários, colaboração interfuncional e reflexão. Perguntas como “O que está mudando e não consideramos ainda?” ou “Como o sucesso poderia ter outra forma?” estimulam novos caminhos de pensamento.
2. Presença estável: calma no caos
Se a agilidade é a capacidade de se adaptar, a presença estável é a capacidade de ancorar. É a calma na tempestade à qual os outros recorrem em busca de confiança e direção.
Em tempos de crise, as emoções ficam à flor da pele. Quando medo, ansiedade e confusão tomam conta, um líder estável fornece o contrapeso necessário de estabilidade e serenidade.
Aspectos-chave da presença estável:
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Compostura: saber gerenciar emoções e adequar a comunicação ao público e à situação.
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Resiliência: cultivar a própria resiliência e incentivar a equipe a fazer o mesmo, reservando tempo para o autocuidado.
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Coragem: tomar decisões difíceis, executar planos complicados e comunicar informações polêmicas exigem coragem — muitas vezes subestimada, mas essencial em tempos turbulentos.
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Desenvolvimento pessoal: reservar tempo para fortalecer a própria capacidade, mesmo em agendas lotadas.
Como desenvolver: a presença estável depende fortemente da inteligência emocional — a habilidade do líder de “ser ele mesmo com habilidade” e adaptar seu comportamento ao momento.
3. Conexão autêntica: liderar com empatia e integridade
Em tempos desafiadores, a resiliência na liderança é profundamente relacional. As pessoas não precisam apenas de competência, mas de humanidade. Conexão autêntica é sobre construir confiança por meio da empatia, da transparência e da preocupação genuína com os outros.
Aspectos-chave da conexão autêntica:
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Construção de relacionamentos: equilibrar a busca por resultados com a garantia de que os colaboradores sejam ouvidos, reconhecidos e valorizados.
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Preocupação com os outros: em meio à mudança e incerteza, oferecer apoio, compaixão e segurança emocional.
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Valorização da diversidade: equipes diversas são comprovadamente mais inovadoras e resilientes. Líderes eficazes aproveitam essa riqueza de perspectivas para resolver problemas complexos.
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Integridade: cumprir o que foi prometido, especialmente em tempos difíceis, evita aumentar a desconfiança e a confusão dentro da organização.
Conexão autêntica significa tratar as pessoas com respeito e cuidado. Líderes que dedicam tempo para ouvir e valorizar vozes diversas não apenas demonstram resiliência, mas também criam engajamento e lealdade, mesmo diante do caos.
Comece a desenvolver sua resiliência na liderança hoje
Quando os tempos são difíceis, é natural que as pessoas busquem nos líderes orientação e segurança. Ter líderes que demonstram, na prática, como enfrentar situações desafiadoras de forma saudável e racional impacta diretamente a equipe.
Por outro lado, um gestor que entra em pânico, toma decisões impulsivas ou perde o controle transmite a mensagem errada, deixando sua equipe insegura e ansiosa.
Resiliência na liderança não significa ter todas as respostas, mas sim ser uma presença confiável para aqueles que dependem de você. A boa notícia é que a resiliência pode ser desenvolvida e aprimorada com prática.
Ao cultivar uma mente ágil, uma presença estável e uma conexão autêntica, você poderá ser o guia confiável e inspirador que sua equipe merece — pronto para enfrentar qualquer desafio.
Sobre a autora:
Amy Lahti é consultora sênior de desenvolvimento organizacional na Talogy. Apaixonada por desenvolvimento organizacional e de talentos, lidera atividades e programas que ajudam empresas a alcançar novos níveis de eficiência, inovação e sucesso. Tem ampla experiência em avaliação de talentos, planejamento de sucessão, coaching de líderes em todos os níveis, diagnóstico organizacional, gestão de desempenho, além de treinamento e facilitação de eventos.